pK (Digas Por Onde Andas e Te Direi Quem És)


Você pode passar por um curso de bioquímica sem saber fazer as continhas para chegar à compreensão do que é o pK de um ácido ou base.
Mas você não deveria ser aprovado sem entender o que um pK significa.
Então vamos lá:
O pK é o valor de pH do meio (solvente) no qual uma substância ácida (no caso de ser um ácido, claro) está com concentrações das formas protonadas (o hidrogênio ainda pertencendo ao ácido) e desprotonadas (o hidrogênio liberado no meio em que se encontra) em equilíbrio (ou seja, se dissocia de maneira significativa).
Sei que ainda está difícil. Vamos esmiuçar:
Você joga um ácido qualquer em um líquido, por exemplo.
Se esse líquido também é ácido, ele já contém íons hidrogênio dele mesmo (pois é um ácido, e isso é a definição de ácido). Será, então, mais difícil que este líquido "permita" a dissociação (a liberação de íons hidrogênio) do ácido que eu joguei ali.
Esse ácido que eu joguei só vai se dissociar (liberar hidrogênio dele) se ele for "fortão", pois terá a capacidade de "vencer" uma quantidade X já presente de íons hidrogênio do líquido no qual eu o joguei. 
É aí a medição:
Se esse meu ácido já conseguiu dissociar em um líquido de pH baixo (e dissociou pela metade) é o valor do pH desse líquido (nessa hora) que se chama de pK.
Então, quanto menor o valor do pK (menor o pH do meio - líquido, nesse caso), maior a força do ácido considerado. Se eu preciso de um meio pouco ácido (pH mais alto) para só aí o meu ácido conseguir se dissociar (liberar seus hidrogênios) pela metade, estou falando de um ácido mais fraco (pK mais alto = pH do meio mais alto, refletindo a pouca força do ácido que eu "joguei" nesse meio).
O que costuma "dar nozinho" na cabeça é isso: é o pH medido do meio onde está o ácido que define a força desse ácido!
E a utilidade disso?
Na bioquímica costuma ser o sangue a referência mais comum (ou a célula). Então, se você diz: o pK de tal substância é, por exemplo, 8, você sabe que está lidando com uma substância (ou molécula, como um fármaco) que no pH sanguíneo de 7,35 a 7,45 (pH normal do sangue) não chega a dissociar grande coisa (não acrescenta grande acidez ao meio - ou "não se dará bem" no meio aquoso como o sangue, no caso do fármaco). Se, no entanto, o pK for baixo você saberá que essa substância afetará para o lado ácido o meio onde ela se encontra (o sangue, nesse caso).
E o pK de base, hein, hein, hein?
(Chato!)
Nas bases a grandeza contrária se aplica.
Uma base muito forte (com um pK muito elevado) desprotona qualquer coisa (pois está ávida de prótons ou de íons hidrogênio dos ácidos).
E o pK da água, por que é cerca de 16?
Pela fórmula se chega lá meio facilmente (sua dissociação) mas conceitualmente vou falar uma bobagem para se entender:

Imaginando que a água fosse um soluto (e não o solvente habitual), só esperaríamos que ela liberasse prótons de forma significativa num meio absurdamente básico (16 o é!).

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