Enzimas (Diversidade)


Gosto da comparação com um parque de diversões (mas não um parque de diversões qualquer, um parcão de diversões, daqueles da China, entupidos de brinquedos e de gente!) quando penso na atividade enzimática das células.
A tendência quando se aprende inicialmente sobre enzimas é de que tudo bem, elas são importantes, aceleram as reações bioquímicas e coisa e tal. Não! É pouco!
A boa expressão em inglês é hustle-bustle. Mas se você quiser uma em português é: azáfama. Complicou? É, com o perdão da má palavra, uma zorra. Mas uma zorra totalmente organizada a atividade dessas moléculas! Senão vejamos:
Há enzima que parece "parada", esperando o substrato. Há enzima momentaneamente "desativada". Há enzima em vesículas, aguardando a sinalização para desembocar na superfície celular. 
Há enzima sendo ativada. 
Há outras agrupadas em organelas (compartimentalização - não fale isso com a boca cheia de farofa!) para determinadas reações, normalmente sequenciais.
Há enzima modificada na estrutura (modificação conformacional) para funcionar menos. Outras, para funcionar mais
Há pré-enzimas (zimogênios), esperando a ativação pelo que? Por outra enzima, para que aí sim, possa funcionar, como uma enzima "madura".
Há cascatas enzimáticas (uma enzima ativando a outra), em pleno funcionamento.
Há enzimas sendo degradadas, para serem usadas na gliconeogênese (visto que são proteínas antes de tudo!) ou para serem apenas renovadas como... novas enzimas!
Há muita enzima sendo sintetizada, a partir da necessidade, pelo estímulo (enzimático, muitas vezes) no núcleo celular. E curiosamente, justamente por isso (por serem fabricadas à medida da necessidade), mas também - e principalmente - pelo fato de uma só enzima atuar em milhares de moléculas do mesmo substrato, elas existem em relativa pouca quantidade nas células!

Ou seja: são as moléculas que fazem tudo - mas tudo mesmo! - acontecer na química celular. Por isso são um capítulo tão importante da bioquímica.



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