Anaerobiose


O conceito (que mistura bioquímica com fisiologia) de anaerobiose dá uns nós em certas cabecinhas. Tentando esclarecer:
Instintivamente , quando se pensa em anaerobiose (ou metabolismo anaeróbico) a tendência é imaginar "ausência de oxigênio". 
Não é. Está longe de ser!
Há gente que imagina que a glicólise na anaerobiose acontece quando, por exemplo, alguém está embaixo da água (ou sendo sufocado)!
Anaerobiose (um termo consagrado, mas discutível) significa metabolismo que não depende do oxigênio, pode acontecer por breve tempo sem ele. E na maioria das situações significa: com menos oxigênio do que o necessário para a "plena aerobiose" acontecer (o que, aliás, é relativamente comum).
Então é assim:
Não há quase nunca anaerobiose total. Também não há aerobiose total! O que há é uma mistura de ambas, com muito mais de uma ou de outra dependendo da situação. 
O tecido canceroso é um exemplo clássico: a anaerobiose vai predominando, pois a grande velocidade de reprodução celular vai ultrapassando a capacidade de fornecimento de oxigênio suficiente para esse tecido (com grande produção de lactato como consequência).



O próprio exercício tradicionalmente considerado como "anaeróbico" tem grande parte dele utilizando vias aeróbicas simultaneamente (a divisão tem, portanto, fins muito mais didáticos do que acontece na prática).


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