Gliconeogênese: Glucagon e Cortisol



Dois hormônios agem sinergisticamente (e de forma poderosa) para iniciar a gliconeogênese: o glucagon e o cortisol.
O glucagon, contrapondo-se à ação da insulina, aumenta na queda da glicemia "ligando a chavinha" da gliconeogênese, iniciando a ação da piruvato carboxilase* (enzima presente tanto no citoplasma quanto na mitocôndria e que, como o nome diz, adiciona um carbono ao piruvato - carboxila o piruvato) transformando-o em oxalacetato (* não confunda com a sua "inimiga", justamente a piruvato descarboxilase, que é quem cria a acetilCoA na entrada do ciclo de Krebs - suas ações se contrapõem).



                                                                      (piruvato)


                                                                (fosfoenolpiruvato)

Esse oxalacetato tanto "repõe estoque" do ciclo de Krebs para se juntar à acetilCoA (é a própria acetilCoA que, em grande quantidade ativa a enzima piruvato carboxilase) quanto se transforma em PEP (fosfoenolpiruvato, pela ação da PEP carboxiquinase, que novamente descarboxila - retira carbono na forma de CO2), "subindo a serra", "revertendo" a glicólise (ainda que com três das reações diferentes na "volta" para glicose a partir do PEP).
O cortisol, produzido pelo córtex adrenal e aumentado em situações de estresse, atravessa a membrana plasmática e induz a uma expressão maior da piruvato carboxilase, tendendo a um aumento glicêmico ainda maior da gliconeogênese (uma explicação fisiológica dos perigos de um jejum muito prolongado).


(não esqueça que esse piruvato - que se carboxila, e que vai se transformar em "nova glicose" - vem de várias fontes: da reconversão do lactato, do esqueleto carbônico de aminoácidos que transaminaram - o piruvato é o cetoácido mais "básico" - e do "escape" de malato do ciclo de Krebs, além da própria glicólise, claro)


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