Regulação da Glicólise: Sopa de Letrinhas


A reação mais determinante na quantidade de glicose que "vai ao moedor" na glicólise é a terceira: a bifosfatação da frutose pela fosfofrutoquinase. 


É essencialmente ali que a glicose que estava sendo preparada para a "simples" produção de energia ainda pode ser desviada para outros propósitos (como o ciclo das pentoses fosfato).
Quem determina o destino é, além da quantidade de citrato ("lá longe", dentro do ciclo de Krebs), a quantidade de ATP (circulante). Se eles estão presentes em grande quantidade, a glicólise diminui de ritmo ("para que glicólise, se já tenho ATP suficiente?")
Já quem "libera" a glicólise para funcionar a todo vapor é a (grande) quantidade de AMP.
E, aí, a pergunta de sempre:
"Mas, peraí, o ATP não vira ADP? Não deveria ser ele, o ADP (sinalizando pouca fosforilação), o responsável pela volta da glicólise (para voltar a formar mais ATP)?"
Bem perguntado!
Acontece que uma reação tendendo ao equilíbrio está sempre ocorrendo nas células. É ela:


Significa: quando há menos ATP a busca pelo equilíbrio dessa reação, tende a fazer o AMP aumentar (e em quantidade muito maior que o ADP). 
Complicado? Vamos pensar?
Você "tirou" ATP de um lado da reação. Então você tem dois motivos para o AMP aumentar: a busca do equilíbrio faz com que a retirada de um reagente aumente a quantidade do outro reagente do mesmo lado da reação. Esse é um. O outro motivo: o ADP está aumentando pelo gasto da ligação fosfato do ATP! Mais reação para a esquerda!

Essa sensibilidade do aumento do AMP é, então, um potente e rápido sinalizador para a glicólise voltar.

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