Michaelis-Menten

A equação (e o correspondente gráfico) de Michaelis-Menten surgiu para se analisar o que acontece com as enzimas com diferentes concentrações de substrato (além da análise do seu comportamento na presença de inibidores, compostos que "atrapalham" seu funcionamento, bem como a comparação entre as enzimas).

Na abscissa, sempre se plota a concentração do substrato.

Então, o aumento progressivo do substrato gera uma velocidade maior de reação (mais complexo enzima-substrato sendo formado) até se atingir um ponto onde "não importa quanto mais substrato haja, não haverá mais reação" (é a Vmáx, velocidade máxima da reação). O gráfico formado dessa relação concentração de substrato (abscissa) x velocidade de reação (não concentração de enzima!) gera uma hipérbole.

Outro conceito importante de reter é o Km.

Km é a concentração de substrato suficiente para que se atinja a metade da velocidade máxima da reação (deve ser decorado exatamente desse jeito, como uma oração, para que facilite a compreensão do seu conceito e utilidade!).

O Km costuma ser definido de forma incorreta como a afinidade da enzima pelo substrato, como uma proporcionalidade: quanto menor o Km (quanto mais rápido mais substrato se uniu à enzima), maior a afinidade. Embora não seja absolutamente correto, na prática pode-se raciocinar dessa forma.

É a Kd (constante de dissociação), a relação (divisão) de quanto do substrato "se solta" (porque boa parte do substrato que se une à enzima "se solta" sem que nada aconteça!) pela quantidade de substrato que "se prende" à enzima (formando o chamado complexo enzima-substrato, ES) a verdadeira constante da afinidade da enzima (e está, efetivamente, relacionada ao Km).

Uma dica: ainda que alguns textos usem o termo "velocidade inicial da reação (vi ou v0) para a ordenada (eixo y), prefiro "cortar" esse "inicial", porque pode atrapalhar um pouco o raciocínio. Então: velocidade da reação, só!

E aí, se você está se perguntando: "mas, e a quantidade de enzima, não importa?"... 

Importa, sim! E ela (chamada de Et, quantidade de enzima total) está na equação da Vmáx:

Vmáx = K3 [Et]

(onde K3 é a constante da velocidade da formação enzima + produto da reação, E + P, e "Et" é justamente a quantidade total de enzimas. O Vmáx, portanto,  "embute" a quantidade de enzimas no seu conceito!)

Ou seja, mais enzima (não somente mais substrato!), mais reação. Parece tudo muito óbvio mas, de novo, são as extrapolações dessas definições que irão importar.