Gráfico de Lineweaver-Burk

Quando você entra na sala de aula e vê o gráfico de Lineweaver-Burk, pensa:

"Errei de curso! Aqui é a engenharia!..."

Assusta um pouco mesmo, no início.

Mas quando você o encara de frente, vê que não é esse bicho todo!

O gráfico (chamado de duplo recíproco, outro nome pouco acolhedor) transforma as variáveis conhecidas do gráfico de Michaelis-Menten (Vmáx e Km) em pontos de intersecção nos eixos x e y (invertendo a equação). Nesse gráfico a hipérbole se transforma em uma linha reta.

Serve mais para ilustrar conceitos das enzimas do que para reais medições dos valores.

O que você precisa conhecer:

A abscissa, como no caso do Michaelis-Menten, também é dada pela concentração do substrato (mas invertido, 1/S).

A ordenada, também a velocidade da reação (invertida, 1/v).

O Vmáx é lido na intersecção da linha com a ordenada, eixo y (na verdade, o inverso da Vmáx, 1/Vmáx).

O Km é lido na intersecção da linha com a abscissa, eixo x (também, a inversão do Km, -1/Km).

E por serem invertidos os valores:

O Km, como tem valor invertido e negativo, passa de 0 (para a esquerda do eixo y, sempre). Quanto mais longe cai do eixo y (ou do ponto 0), menor o valor.

O Vmáx, também por ser invertido, quanto menor, mais para cima no eixo y.

E aí, as interpretações dos inibidores:

Na inibição competitiva, o Vmáx não se altera. Então os pontos são os mesmos que na reação sem inibidor na intersecção da reta no eixo y.

O Km é maior na presença de inibidor competitivo. Por isso a intersecção da reta no eixo x é mais próximo do valor 0 (uma reta mais verticalizada).

Na inibição não-competitiva, o Vmáx é menor: a intersecção da reta é mais para cima (pois sempre o contrário!) no eixo y.

O Km não é modificado: a intersecção da reta no eixo x é a mesma que na reação sem inibidor.