Ciclo de Krebs (Maestro)


O ciclo de Krebs existe apenas para atormentar a vida dos estudantes de bioquímica?
Não!
O ciclo de Krebs é uma maneira sincronizada e absolutamente orquestrada de retirar dos nutrientes exógenos (comida) e endógenos (estoques) o que eles têm a oferecer a cada momento, para que o organismo funcione "liso", sem falhas.
Uma combustão fora de um ser vivo (o exemplo é uma quantidade de lenha queimando) é algo absolutamente desordenada (físicos hão de discordar...): acendeu, imediatamente enorme quantidade de energia é liberada para o meio, sem possibilidade de aprisionamento para um uso melhor, ou posterior (exceto quando ligado a alguma engenhoca produzida pelo homem).


No ciclo de Krebs essa energia (também uma combustão*) vai sendo meticulosamente transferida, passo a passo, para as coenzimas envolvidas (carreadoras de elétrons) para serem descarregadas - sempre à medida das necessidades - na fosforilação oxidativa.

A escolha da "lenha" também é algo espantosamente bem feita. Não se queima "lenha nobre" quando não há necessidade (mas se o inverno é rigoroso, e não há outra, lá vai ela! - como no caso de alguns aminoácidos de origem muscular).
Glicólise aeróbica, lipólise, lipogênese, gliconeogênese. Todos passam - pelo menos em parte - pelo ciclo, retirando (cataplerose) ou acrescentando (anaplerose) componentes dele.


*Também uma oxidação de compostos orgânicos, também com produção de calor, também utiliza oxigênio (apenas no final). Não sou eu quem está falando, foi Lavoisier!

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